Portugal ardeu e ficaram as cinzas para não mais contar a história.
(Esta fotografia podia ter sido retirada de qualquer sítio, face à popularidade da mesma neste momento)
“Coloquem-se no lugar das pessoas
que perderam TUDO. Que não tiveram culpa das decisões que o governo tomou, ou
do vizinho que fez uma queimada.”
Melhor forma de abordar este tema
mais que presente nos nossos últimos dias. Que tragédia, que monstruosidade esta que aconteceu o fim de semana passado. Tão presente e tão difícil ainda de relatar.
É incrível e inacreditável esta
situação toda. Como é que é possível? Ainda me interrogo inúmeras vezes.
Ouvi alguém dizer “Primeiro arde Pedrogão Grande, agora um Pedrogão Pequeno. Vai ser preciso haver um intermédio para o Governo se mexer?" - demasiado certeiro. Também ouvi que “o governo fará alguma coisa assim que a Capital arda.” É quase impossível (já não aponto nada) que isso aconteça - o governo se mexa-, mas talvez precisassem de um susto para tudo se tornar mais visível aos olhos deles. Não se tomam medidas, não há prevenções, limitações, condenações. Que Portugal é este? Que mobiliza mundos e fundos para coisas desnecessárias, e para assuntos sérios e de dimensões enormes se balda completamente?
Ouvi alguém dizer “Primeiro arde Pedrogão Grande, agora um Pedrogão Pequeno. Vai ser preciso haver um intermédio para o Governo se mexer?" - demasiado certeiro. Também ouvi que “o governo fará alguma coisa assim que a Capital arda.” É quase impossível (já não aponto nada) que isso aconteça - o governo se mexa-, mas talvez precisassem de um susto para tudo se tornar mais visível aos olhos deles. Não se tomam medidas, não há prevenções, limitações, condenações. Que Portugal é este? Que mobiliza mundos e fundos para coisas desnecessárias, e para assuntos sérios e de dimensões enormes se balda completamente?
O mau do governo é o bom de uma
sociedade que está pronta a ajudar. Talvez seja indicado dizer que só nas
tragédias se vê a bondade das pessoas, mas que assim seja, pelo menos. Enquanto
essa existir, vamos sobrevivendo. Mas, prosseguindo. Tenho acompanhado, estes
últimos dias, após ter “visto” Portugal a arder, uma sociedade capaz de ajudar a aldeia vizinha de uma forma incrível. Talvez não o faça isso durante o ano, como já
referi. Talvez não faça isso ao vizinho da casa ao lado, mas… neste momento
nós ajudamos com o que podemos, e que seja sempre assim.
Lembro-me que para Pedrogão eu
reuni mais de 20 caixotes de roupa. Fi-lo com muito gosto, e sabe-se lá onde andam eles, tal como o dinheiro.
Esperem, o dinheiro sabe-se para onde foi. Mas as roupas e os outros bens, que
lhes tenham chegado, pelo menos.
E eu fico admirada de ver a
sociedade portuguesa a arregaçar as mangas para ajudar sem hesitar. Quer a
nível monetário ou físico. Há pessoas a moverem-se aos sítios ardidos para
entregar bens em mão. Opá, inacreditável.
Mas, também há uma parte negra da
sociedade - como em tudo -, capaz de julgar e massacrar quem acabou de ficar sem nada.
Será que não
conseguem canalizar sentimentos ao imaginarem que perderam tudo num incidente
deste tipo? Será que se imaginam a passar por uma situação de perda desta
dimensão? Não, claro que não. Este é o lado mais negro da sociedade, e que me
faz muitas vezes desacreditar na parte e nas pessoas com bom coração que há
pelo país fora (e mundo).
Vamos acreditar que medidas vão ser tomadas. É preciso haver uma reviravolta. É mesmo preciso!
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